Os Ciclos Econômicos do Brasil, Bolsa de Valores e Política

Estamos realmente no início do próximo superciclo da economia brasileira? O número de CPFs na bolsa de valores aumenta a cada dia. Novos IPOs estão chegando ao mercado com preços nas alturas. Grupos de investimento nas redes sociais surgem a cada hora. Por outro lado o mundo sinaliza uma possível recessão. Estamos no lugar certo mas na hora errada? Chegamos tarde para a festa?

No gráfico abaixo é possível ter uma visão clara do que ocorreu na bolsa brasileira nos últimos anos. O gráfico está dolarizado para que fique mais real a projeção, eliminando assim distorções monetárias.

ciclos da bolsa brasileira

A taxa básica de juros nunca esteve tão baixa e ainda pode cair mais. Mas o afrouxamento monetário não tem feito o esperado até o momento pois a inflação está cada vez mais baixa, sinal de que o mercado não está reagindo.

As reformas, meio que aos trancos e barrancos, estão em andamento. Mas o investidor gringo não quer pagar para ver. Quem está comprando a expectativa de melhora da economia até o momento é apenas o investidor local.

A bolsa brasileira está concentrada essencialmente em commodities e bancos. Ainda é uma bolsa muito pequena, se comparada com alguma bolsa americana é até injustiça. Tem empresa lá que é maior que todas as empresas da bolsa brasileira juntas.

É fato que o mercado brasileiro pode se desenvolver ainda muito. Há muito espaço para isto, estamos apenas engatinhando. Mas qual seria o gatilho? A aprovação em definitivo da reforma da previdência? A reforma tributária? O equacionamento do desarranjo fiscal? A moderação do presidente que vez ou outra causa um tumulto no cenário político-econômico?

São muitas perguntas e poucas respostas. O mercado gosta de previsibilidade, e isto é o que não estamos tendo hoje em dia. Mesmo com toda expectativa no ar, os agentes econômicos não estão seguros, o fantasma da insegurança jurídica brasileira sempre está assombrando.

Crescimento Baseado no Aumento da Confiança

Segundo o relatório Visão Geral da Conjuntura do IPEA de junho de 2019, a economia brasileira desacelerou em relação às taxas de crescimento observadas em meados de 2017, quando a recuperação ganhava corpo. Embora o crescimento atual esteja se mantendo positivo, argumenta-se que o desempenho da economia está fraco devido ao desemprego, o que de fato é verdade.

Neste cenário, medidas pontuais, como a liberação de FGTS, podem estimular o consumo, mas o choque que pode tirar a economia do ciclo vicioso em que se encontra deve vir das expectativas, isto é, do aumento da confiança, começando pelo equacionamento do problema fiscal.

Sendo assim, a redução da SELIC, em conjunto com a melhora nos índices de confiança, contribuiria para um ambiente econômico mais propício a investimentos e consumo. Este é o ponto central, lembrando que o consumo não vem da população desempregada e sim de quem está ativo na economia. E para que o trabalhador que conseguiu manter seu emprego volte a consumir é preciso haver confiança para a tomada de crédito.

O Hiato do Produto no Economês

Muito tem se falado neste tal hiato do produto. Mas o que quer dizer isto? Segundo o dicionário de economia, hiato do produto é a diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial, podendo ele ser positivo ou negativo e que mensura as oscilações cíclicas de uma determinada economia. Basicamente, o hiato do produto mostra-nos o quanto a procura da economia está distante da sua capacidade máxima de produção.

Nesse sentido, podemos dizer que, quando o hiato do produto é positivo, o país está operando acima de sua tendência indicando um superaquecimento, sujeito inclusive à pressões inflacionárias. Ao atingir esta capacidade máxima de produção, teríamos mais inflação, pois a procura seria maior que a oferta de produtos.

Por outro lado, se o hiato do produto for negativo, a economia estará operando com ociosidade de sua capacidade produtiva. Desta forma, que quanto mais próximo o PIB real estiver do PIB potencial, mais equilibrada estará a economia, enquanto que quanto mais distante estiver, mais a economia estará enfrentando problemas de superaquecimento ou recessão.

pib efetivo pib potencial

O gráfico acima nos diz que o PIB efetivo está caminhando abaixo do PIB potencial, de modo que o hiato do produto nesse momento é negativo. Isto é, há muita ociosidade na economia.

Segundo a última medição do IPEA, o hiato do produto está 3,0% abaixo de seu potencial. Tem-se, portanto, as duas condições mais fundamentais para a validação do ciclo de redução de taxa de juros: inflação esperada inferior à meta e hiato do produto negativo. Para a instituição, a flexibilização da política monetária é compatível com o significativo grau de ociosidade da economia brasileira medido pelo hiato.

Nesse contexto, o IPEA ressalta que a redução na meta de inflação nos próximos anos reduz a folga na inflação esperada, o que explicaria uma eventual reversão no atual ciclo de expansão monetária no fim de 2020.

Superciclo, Super-Ciclo ou Super Ciclo?

Você sabia que o prefixo super só é hifenizado quando a palavra a que ele se junta começar com R ou H? Se a palavra a que se refere o prefixo começar com qualquer outra letra, escreve-se tudo junto. Portando, é incorreto escrever super-ciclo ou super ciclo, a palavra correta é superciclo. Outros exemplos: superpromoção, superoferta, superbonito, super-realista, super-homem, super-herói, super-habilidade, super-requintado, super-real, super-resistente, superpoder, super-rápido, superfaturado, supermercado…

Como aprender operar opções de uma vez por todas!!!

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6 comentários em “Os Ciclos Econômicos do Brasil, Bolsa de Valores e Política

  1. Roger Silveira Responder

    eu sempre achei esse tipo de coisa muito complicado, investimento no caso. é bom pq esse tipo de blog nos ajuda bastante. eu descobri também esses tempos empresas como a pt.vlom.com que é mais focada em negociações e te ajudam um monte, to gostando!

  2. Bilionário do Zero Responder

    Olá, concordo com os comentários anteriores.

    Em relação as Reformas, acho que são muito positivas para o Brasil, mas o cenário global e os problemas que estamos vendo em nossos vizinhos (Argentina, Venezuela, Chile, etc) deixam uma sensação de risco alto aqui pra América do Sul e os investidores externos não estão querendo arriscar.

    Particularmente eu acho que faz mais sentido acabar com a previdência, da forma que é hoje, do que ficar a cada poucos anos tendo que realizar novas reformas, fiz um post essa semana sobre isso, pra mim a Previdência, da forma que foi criada, muito semelhante a sistemas de pirâmides, está fadada a falir.
    Link: https://bilionariodozero.blogspot.com/2019/11/a-piramide-da-previdencia.html

    Estamos sempre estudando e tentando prever estes ciclos, mas no final a tendência é fazer tudo errado devido aos fatores emocionais envolvidos, eu já passei por alguns dias bem estressantes e acho que o dano à saúde não vale a pena, resolvi deixar os investimentos em piloto automático agora, ainda falta fazer uns ajustes e melhorar meus filtros pra escolha dos ativos da carteira, mas cada vez mais tenho certeza que esse é o caminho pra ter sucesso no longo prazo.

    Abraços

  3. Dinheiro Investimento e Lazer Responder

    Nestas épocas em que a bolsa sobe muito, de euforia, muitos IPO (não invisto em IPO), que todos estão ótimistas, eu apesar de continuar investindo na bolsa (apenas em empresas conservadoras que tenham margem de segurança em relação ao seu valor intrínseco), começo deixando um dinheiro em caixa (renda fixa com liquidez diária) para quando acontecer o crash, comprar muito.

    Sigo a frase de Warren Buffett a letra, que é “Tenha medo quando os outros estão gananciosos e seja ganhancioso quando os outros estão com medo”.

    Não tenho medo de investir em cenário politico nenhum, uma vez que quanto maior é o medo, menores são os preços do excelentes ativos e maiores são os retornos nos anos seguintes.

    Então, os maiores retornos foram feitos devido ao medo provocado pela politica e aos preços baixos causados por ela.

    Abraço e bons investimentos.

  4. dividendosforlife Responder

    Eu já desisti de prever essas coisas. Sempre achava que dava pra ganhar mais ou perder menos acompanhando isso, mas eu fui ver qd realmente ganhei “mais dinheiro” e foi justamente qd esquecia disso tudo. Lógico, não devemos abrir mão de informação, mas temos que consumir moderadamente

  5. André Responder

    Olha Uó… eu já me peguei na vida tentando entender, prever, operar esses ciclos. Não vi muita efetividade nisso… Como vc escreveu antes, o que temos é o presente. E, mesmo e só nele, dá para manter uma alocação que retorne excelentes resultados. O mundo é muito estranho…

    Abração e bom final de semana!

  6. Sr. Jovem Responder

    Infelizmente tenho minhas dúvidas se estamos entrando em um novo ciclo de crescimento.
    O governo parece apostar três coisas: Previdência, Juros Selic e em Deus e parece que só o último pode funcionar.

    A Reforma da Previdência já está precificada na opinião da maioria dos analistas, ou seja, ela já é uma realidade no mercado, mas onde está os sinais da reação?
    Os juros é a mesma coisa, o governo tem cortado juros faz 2 anos e parece que nenhum corte é o suficiente, onde vamos parar? Juros de 4% a.a ou até menos?
    Resta contar com Deus e algum milagre, o governo parecer não ter outro plano.

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