Neste ano de 2017 as atenções do mercado estão voltadas para o setor de agronegócio. Após um ano de 2016 em que o principal setor produtivo do país apresentou recuo, o ano de 2017 promete bater todos os recordes de produção. Não tem jeito, ainda somos um país com vocação predominantemente agrária e este fato não deve ser esquecido pelos investidores. Mostrarei neste artigo algumas ações da minha carteira que já estão se beneficiando com este boom do agronegócio.
2015 e 2016 foram anos negativos para a economia do Brasil. O país entrou em uma recessão profunda e nenhum setor produtivo passou ileso. Em 2015 o agronegócio ainda conseguiu a evitar um tombo maior no PIB mas em 2016 o setor também desandou. Pela segunda vez em 20 anos o setor acumulou trimestres seguidos de retração e perdeu vagas de trabalho em função de quedas de produção de culturas como milho, algodão, laranja e cana-de-açúcar.
“Em 2016, a gente teve um grande problema: a perda de produção. Não fosse isso, tenho a impressão de que o segmento ficaria no zero, zero e pouco, ou teria uma queda menor. O ‘complicador’ da temporada, além da crise no país, foi a perda de produtividade, principalmente nas safras de soja e milho”, explicou o consultor de agronegócio Flávio França Junior para o portal G1.
O maior responsável pelo resultado negativo do setor de agronegócio foi o clima. A área plantada chegou a aumentar, mas diante de um clima regular, os efeitos climáticos foram piores. Secas e geadas afetaram hectares e mais hectares de área plantada. A produção de milho, por exemplo, vinha crescendo em todo o país nas temporadas anteriores e em razão das variações do clima provocadas pelo fenômeno El Ninõ sofreu um grande retração. No Centro-Oeste a queda chegou a 36,64%.
A produção de milho foi uma das mais afetadas em 2016: a terrível combinação climática de estiagem em abril e geada em junho trouxe aos produtores da commodity perdas superiores a 50% nas suas lavouras.
Não só a queda da produtividade no campo afetou o setor. A queda no consumo interno afetou segmentos importantes como a cadeia de carnes e de hortifrúti. Nem o cenário mais favorável das exportações ajudou a compensar a demanda mais fraca por produtos da agropecuária. Também a queda acumulada do dólar, de quase 20% no primeiro semestre, reduziu a receita dos exportadores. A própria crise da indústria, ainda mais acentuada que a da agricultura, também pode ter influenciado outros setores da economia.
“No momento em que uma indústria fecha no Sudeste, se a produção agrícola voltada para ela é no Nordeste, vai ter uma queda na ocupação da agricultura naquele lugar. A crise na indústria gera um efeito indireto no serviço, na agricultura e em todos os outros agrupamentos”, diz o coordenador de Trabalho e Renda do IBGE, Cimar Azeredo.
Em 2016, o PIB brasileiro caiu 3,6% em relação ao ano anterior, queda ligeiramente menor que a ocorrida em 2015, quando o recuo foi de 3,8%. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve queda na agropecuária (-6,6%), na indústria (-3,8%) e nos serviços (-2,7%) e o PIB totalizou R$ 6.266,9 bilhões em 2016.
Safra Recorde do Agronegócio em 2017
A expectativa de uma safra recorde de grãos está levando os economistas a acreditarem que o agronegócio será um alento para a economia brasileira em 2017. De acordo com o Banco Santander, o setor deve ser responsável por metade do leve crescimento econômico previsto para o país em 2017 – cerca de 0,7% nas contas do banco contra 0,5% nas projeções do mercado financeiro.
O PIB do agronegócio, que representa quase um quarto (22%) do PIB nacional, deve crescer 2% segundo a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Só o PIB agropecuário, que tem peso menor na economia, de 5%, deve crescer 4,2% este ano, depois de cair 6 % em 2016, segundo projeções do Santander.
O agronegócio será o grande destaque positivo em relação aos outros setores da economia em 2017. O PIB da indústria deve crescer 1,3%, respondendo por um quarto da expansão da atividade do país, enquanto a agropecuária responderá por 35% do desempenho da economia. O setor tem peso relativamente baixo, mas quando se olha todo o encadeamento, a contribuição é muito significativa, destoando dos demais setores — afirma Rodolfo Margato, economista do Santander.
Os efeitos do bom desempenho do agronegócio irão beneficiar outros setores. A venda de tratores vai dar sustentação à parte de veículos automotores, o segmento petroquímico ligado a adubos e fertilizantes e todo o comércio ligado às regiões mais dinâmicas em termos de agricultura serão beneficiados. A salvação da lavoura deste ano vai ser o PIB agrícola e suas ramificações.
Pujança na colheita de grãos em 2017
Diferentemente de 2016, o clima está ajudando na recuperação da produção agrícola que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve fechar o ano com uma produção de 238,6 milhões de toneladas. O número é 29,2% maior do que o alcançado em 2016, quando registrou 184,7 milhões de toneladas.
Segundo dados do IBGE, a área a ser colhida deverá ser 60,9 milhões de hectares, apresentando acréscimo de 6,7% frente à área colhida em 2016 (57,1 milhões de hectares). Arroz, milho e soja são os três principais produtos deste grupo que, somados, representaram 93,4% da estimativa da produção e responderam por 87,8% da área a ser colhida.
Outro levantamento divulgado nesta quinta-feira (8) reforça as projeções de aumento para a safra de grãos 2016/17. A 9º estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que a produção de grãos neste ano será recorde e chegará a 234,3 milhões de toneladas, com um aumento de 25,6%.
De acordo com a companhia, os responsáveis pela super safra atual foram o crescimento de área e as produtividades médias. A previsão é de ampliação de 3,7% na área total, podendo chegar a 60,5 milhões de hectares, incluídas as culturas de segunda e terceira safras e as de inverno
O estado de Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 25,6%, seguido pelo Paraná (17,9%) e Rio Grande do Sul (15,3%), que, somados, representaram 58,8% do total nacional previsto. Outros estados importantes na produção de grãos foram Goiás (9,7%), Mato Grosso do Sul (7,7%), Minas Gerais (6,0%), São Paulo (3,5%), Bahia (3,2%), Santa Catarina (2,8%) e Maranhão (1,9%), entre os dez maiores produtores do País.
O avanço do agronegócio puxou o avanço de 1% da economia brasileira no primeiro trimestre do ano. Depois de oito trimestres consecutivos de queda no PIB, a atividade voltou a crescer. A agropecuária registrou a maior expansão em mais de 20 anos e foi destaque entre os setores calculados pelo IBGE, com salto de 13,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior. A safra recorde de grãos ajudou a impulsionar o resultado. Foi o maior crescimento desde o 4º trimestre de 1996.
Excluindo o Agronegócio, a Atividade Econômica Encolheria 0,3% em 2017!
Segundo reportagem da Época Negócio, excluindo o efeito positivo da agropecuária, a economia brasileira encolheria 0,3% em 2017, segundo projeção do Ibre/FGV. De acordo com estimativa apresentada pela instituição, durante seminário no Rio, o setor – que responde por pouco mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB), crescerá 9,4% neste ano. Já o setor de serviços, o motor da atividade, com peso de 70% sobre o PIB, registrará queda de 0,4%, nas contas da economista Silvia Matos. O setor industrial andará de lado, com alta de apenas 0,1%. Considerando todos os setores, a projeção da FGV é de que o PIB cresça 0,2% neste ano, ante previsão anterior de 0,4%.
Há duas semanas, a economista avaliou, em entrevista ao GLOBO, que a alta de 1% do PIB no primeiro trimestre (na comparação com o quarto trimestre do ano passado) foi um “falso positivo”. Ela destacou, no seminário desta segunda, uma trajetória incerta para o crescimento econômico. Depois do bom número dos primeiros três meses, a economia registrará, nas contas da analista, retração de 0,4% no segundo trimestre, seguida de alta discreta de 0,1% no terceiro, e estabilidade no quarto.
Projeções para o Agronegócio
Anualmente, o Ministério da Agricultura apresenta no seu site o relatório “Projeções do Agronegócio“. Este relatório é geralmente publicado no final do mês de junho. O trabalho tem como objetivo indicar direções do desenvolvimento e fornecer subsídios aos formuladores de políticas públicas quanto às tendências dos principais produtos do agronegócio.
O último relatório apresentado (2015/2016) apontou que os produtos mais dinâmicos do agronegócio brasileiro deverão ser algodão em pluma, milho, leite, carne suína, carne de frango, soja grão e
açúcar. Entre as frutas os destaques são para a manga, papaya, uva e melão. O mercado interno e a demanda internacional serão os principais fatores de crescimento para a maior parte desses produtos. São os que indicam também o maior potencial de crescimento da produção nos próximos dez anos.
A produção de grãos deverá passar de 196,5 milhões de toneladas em 2015/2016 para 255,3 milhões de toneladas em 2025/26. Isso indica um acréscimo de 58,8 milhões de toneladas à produção atual do Brasil. Em valores relativos, representa um acréscimo de 30,0%.
Como tem-se destacado em relatórios anteriores, esse avanço, entretanto, exigirá um esforço de crescimento que deve consistir em infraestrutura, investimento em pesquisa e financiamento. Essas estimativas são compatíveis com a expansão da produção de grãos nos últimos dez anos onde a produção cresceu 59,0% (Conab, 2016). Esse resultado indica haver potencial de crescimento para atingir os valores projetados. Milho, soja e trigo devem continuar puxando o crescimento de grãos.
A produção de carnes (bovina, suína e aves) entre 2015/16 e 2025/26, deverá aumentar em 7,8 milhões de toneladas. Representa um acréscimo de 29,8% em relação à produção de carnes de 2015/2016. As carnes de frango e suína, são as que devem apresentar maior crescimento nos próximos anos: frango, 34,6% e suína, 31,3%. A produção de carne bovina deve crescer 21,0% entre o ano base e o final das projeções.
Segundo o relatório do Ministério da Agricultura, o crescimento da produção agrícola no Brasil deve continuar acontecendo com base na produtividade. Em grãos, esse fato é verificado ao observar que para os próximos dez anos, a produção está prevista crescer 30,0% e a área plantada, 12,7%.
As estimativas realizadas para os próximos dez anos são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 72,1 milhões de hectares em 2015/16 para 83,1 milhões em 2025/26. Um acréscimo de 11,0 milhões de hectares. Essa expansão está concentrada em soja, mais 10,0 milhões de hectares, cana-de-açúcar, mais 1,8 milhão, trigo, 456,0 mil hectares, e milho, 698,0 mil hectares. Algumas lavouras, como arroz e feijão, entretanto, devem perder área, mas a redução será compensada por ganhos de produtividade.
A expansão de área de soja e cana-de-açúcar deverá ocorrer pela incorporação de áreas novas, áreas de pastagens naturais e também pela substituição de outras lavouras que deverão ceder área. O mercado interno juntamente com as exportações e os ganhos de produtividade, deverão ser os principais fatores de crescimento na próxima década.
Em 2025/26, 41,4% da produção de soja devem ser destinados ao mercado interno, e no milho, 74,5% da produção devem ser consumidos internamente. Haverá, assim, uma dupla pressão sobre o aumento da produção nacional, devida ao crescimento do mercado interno e das exportações do país. Atualmente, 45,6% da soja grão produzida é destinada ao consumo interno, e do milho, 76,6%.
Nas carnes, também haverá forte pressão do mercado interno. Do aumento previsto na produção de carne de frango, 67,3% da produção de 2025/26 serão destinados ao mercado interno; da carne bovina produzida, 76,2% deverão ir ao mercado interno, e na carne suína 80,3%. Deste modo, embora o Brasil seja, em geral, um grande exportador para vários desses produtos, o consumo interno será predominante no destino da produção.
Deverão continuar expressivas e com tendência de elevação as participações do Brasil no comércio mundial de soja, milho, carne bovina, carne de frango e carne suína. Como se nota, a soja brasileira deverá ter em 2025/26 uma participação nas exportações mundiais de 47,5%, a carne bovina, 28,3%, a carne de frango, 45,0%. Além da importância em relação a esses produtos o Brasil deverá manter a liderança no comércio mundial em café e açúcar.
Quais Ações Serão (Poderão Ser) Beneficiadas?
O mercado de ações brasileiro é um ovo – temos pouco mais de 400 empresa listadas. Por incrível que pareça, apesar da economia brasileira ser altamente dependente do agronegócio, podemos contar nos dedos a quantidade de empresas com capital aberto que podem se beneficiar com o crescimento neste setor. Atualmente tenho em carteira duas empresas ligadas diretamente ao setor de produção de grãos. Falarei um pouquinho delas neste tópico.
SLC Agrícola
A SLC Agrícola, fundada em 1977 pelo Grupo SLC, é uma empresa produtora de commodities agrícolas, focada na produção de algodão, soja e milho. Foi uma das primeiras empresas do setor a ter ações negociadas em Bolsa de Valores no mundo, tornando-se uma referência no seu segmento. São 14 unidades de produção estrategicamente localizadas em 6 estados brasileiros que totalizaram 370 mil hectares plantados no ano-safra 2014/15 e 377 mil hectares no ano-safra 2015/16 – sendo 211,4 mil de soja, 93,6 mil de algodão, 60,9 mil de milho e 11,2 mil de outras culturas, tais como girassol, trigo, milho semente, soja semente e cana-de-açúcar.
Estrutura acionária do Grupo SLC
A Empresa optou por um modelo de negócio híbrido, que pode ser subdividido em três abordagens básicas, listadas abaixo. Pretendemos continuar ampliando o negócio nessas três frentes, de forma a aproveitar as sinergias existentes entre elas, orientados por uma cultura de melhoria contínua da nossa operação.
Operação agrícola em terras desenvolvidas próprias
Esse modelo representa a maior parte das terras em operação da Empresa. Foi o modelo original de negócios, obtido através de décadas de aquisições de terras na região do Cerrado. A maioria das terras foi adquirida em estado bruto ou parcialmente desenvolvido, e, através dos anos, com a melhoria do solo e da produção agrícola sustentável, pudemos agregar grande valor a esses ativos.
Operação agrícola em terras arrendadas (e Joint Ventures)
Ao longo do tempo, a SLC Agrícola visualizou a oportunidade de maximizar a utilização de sua capacidade instalada através de contratos de arrendamento com proprietários vizinhos ou próximos às Fazendas da Empresa. São feitos contratos com período médio de 7-8 anos, pagos de forma indexada ao preço do saco de soja em reais.
Aquisição de terras brutas para transformação e venda
A terceira abordagem de negócio da SLC Agrícola está materializada atualmente na subsidiária SLC LandCo, que foi criada em 2012 em parceria com o fundo de private equity inglês Valiance. Trata-se do “braço imobiliário” da Empresa, cujo objetivo é ser mais ativo no processo de aquisição, transformação e venda de terras.
Ciclo de produção da SLC Agrícola
O ciclo de produção se inicia no planejamento estratégico com base no cenário nacional e internacional de commodities agrícolas atuais e futuras. As definições estratégicas norteiam a elaboração do planejamento agrícola de cada ano, no qual são definidos todos os insumos necessários para a safra, dentro das peculiaridades de cada cultura. Após a aquisição e entrega dos insumos nas Fazendas, dá-se o início da execução das operações agrícolas, como o preparo do solo, a semeadura, adubação, controle de pragas, doenças, plantas daninhas e colheita.
O fluxo dessas atividades ocorre durante todo o ano, principalmente nas Fazendas em que as condições climáticas permitem o cultivo da safra e da 2° safra. Após a colheita, os produtos são beneficiados e armazenados nas próprias Unidades de Produção até a sua comercialização e seu transporte. O destino final das commodities agrícolas são os nossos clientes no mercado interno ou externo com alto padrão de qualidade. Todo o ciclo de produção, que compreende o planejamento agrícola até a entrega ao cliente, pode levar mais de dois anos.
Desempenho
Os dois últimos trimestres da SLC foram os melhores da sua história. O gráfico abaixo apresenta o histórico trimestral de lucros.
No último release de resultados a companhia comunicou:
Ao longo do primeiro trimestre de 2017 realizamos a colheita da soja da safra 2016/17, com
produtividade estimada de 3.282kg/ha, 6,7% acima do projeto inicial, e também o plantio das culturas de segunda-safra (algodão e milho). Os resultados do primeiro trimestre de 2017 apresentados a seguir começam a refletir a boa performance operacional da safra, trazendo a Companhia novamente para seu patamar de produção (e consequentemente, resultados) “normalizado”. O clima durante a safra atual foi bastante favorável para o bom desenvolvimento das culturas, em todas as nossas regiões de atuação.Em relação aos preços de venda, faturados no 1T17, tivemos também ganhos significativos em relação ao 1T16: na soja, houve avanço de 12,7%, enquanto que, no caso do algodão, o incremento foi de 54%, dado o aumento no preço internacional, em dólar, e também na taxa cambial média travada, que foi superior àquela do 1T16 (1T17: R$3,70, contra R$3,21 no 1T16). Isso foi reflexo da devida aplicação de nossa Política de Hedge, que faz a ligação entre a compra dos insumos e a fixação futura da receita.
A expectativa para o ano de 2017, portanto, é bastante animadora, visto que as condições climáticas continuaram favoráveis em abril e início de maio, o que nos permitiu revisar para cima também as produtividades do algodão, conforme mencionado acima, cultura que está apresentando excelente aspecto. Contribui também para o cenário benéfico a melhoria do contexto econômico no país, em especial a queda das taxas de juros.
A cotação tem reagido bem em relação à melhora operacional da empresa como pode ser verificado no gráfico abaixo:
Kepler Weber
Com fábricas no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, a Kepler Weber atua no setor de agronegócios, na etapa pós-colheita da cadeia produtiva de grãos. A Companhia brasileira fabrica equipamentos para a armazenagem, beneficiamento e movimentação de granéis, sendo especializada no desenvolvimento de soluções completas em armazenamento, processamento e manuseio de materiais a granel, com soluções de armazenamento de grãos em circulação.
A Kepler Weber S.A é uma Companhia focada no setor metal-mecânico, com a posição mundial de destaque no fornecimento de sistemas de armazenagem de grãos e buscando continuamente a vanguarda em todos os seus segmentos de atuação, a Kepler Weber tem como principal objetivo ser a melhor no desenvolvimento de soluções para seus públicos. Com 87 anos de existência, a Kepler Weber possui atuação nos seguintes setores:
- Sistemas de armazenagem;
- Terminais portuários;
- Instalações industriais;
- Cervejarias e maltarias;
É uma diversidade de produtos e serviços para negócios de todos os portes e dimensões, através de um processo produtivo altamente avançado e de um rigoroso planejamento de recursos de manufatura, garantindo uma permanente evolução administrativa e tecnológica, e reforçando o comprometimento da Kepler Weber com o desenvolvimento e, principalmente, com o resultado de seus clientes, agregando valor para seus negócios.
Desempenho
Olhar os últimos resultados da Kepler Weger causa até um certo desconforto: é prejuízo atrás de prejuízo. A companhia vinha apresentando uma forte recuperação a partir do segundo semestre de 2012 mas em 2015 a coisa desandou:
E como cotação acompanha lucro (neste caso prejuízo), veja o que aconteceu:
O papel apresentou uma queda vertiginosa, caindo de 48 reais no final de 2015 para menos de 12 reais no início de 2016. Veja o que a companhia disse a respeito no seu release:
O ano de 2016 foi marcado por uma série de fatores negativos para a atividade da empresa. O efeito do ano cheio da crise econômica, a forte contração dos créditos federais disponíveis para investimentos em armazenagem e a seca que afetou, significativamente, o Centro Oeste na safrinha de 2016. Neste contexto adverso, os clientes do segmento de armazenagem represaram seus investimentos no mercado interno, refletindo no nível de pedidos, que ficou aquém das necessidades, gerando uma forte necessidade adicional de armazenagem para o ano de 2017, principalmente, pelos altos níveis de estoques de passagem e pela projeção da safra recorde, divulgada pela CONAB.
Dado o cenário acima, a Receita Líquida do ano de 2016 comparada com o mesmo período do ano anterior, registrou uma redução de 32,7% (R$ 475,3 milhões em 2016 vs R$ 706,0 milhões em 2015). Na comparação entre trimestres, a desaceleração se manteve em relação ao mesmo período do ano anterior (R$ 150,3 milhões no 4T16 vs R$ 223,8 milhões no 4T15).
No mercado interno, a Receita Líquida proveniente das soluções Kepler Weber de armazenagem
agrícola apresentou uma redução de 37,2% (R$ 293,3 milhões em 2016 vs R$ 467,5 milhões em 2015). Quando comparados os trimestres, a redução da receita neste segmento foi de 36,4%. O mercado de Armazenagem foi o mais impactado com a realidade econômica e fiscal do país, registrando um recuo significativo em vendas (entrada de novos pedidos) e, consequentemente, de receita (faturamento).Já a Receita Líquida de Movimentação de Granéis Sólidos, apresentou uma queda de 66,0%, R$ 36,7 milhões no ano de 2016 em comparação aos R$ 107,8 milhões apresentados em 2015. O mesmo resultado ocorreu quando comparado os trimestres isolados, uma redução de 39,6%. A performance do segmento de Movimentação de Granéis Sólidos, muitas vezes acíclica, se dá por estar inserida no setor de infraestrutura/logística brasileira, em sua grande maioria, financiado pela iniciativa privada. A volta da confiança na economia deverá impactar positivamente este segmento em 2017.
Parabéns pela análise….gosto das três empresas! Incluiria na lista (apesar de não ser Agro) a RUMO, pelo fato de ser impactada diretamente pelo resultado do setor.
Só não coloquei estas duas porque não estão na minha carteira, rs. Mas serão beneficiadas sim.
Valeu!
Abraço!
Kepler eu decide entrar nela bem no topo! Dai consequentemente veio os resultados ruins e sai no preju rs
E falando em Kepler, em um passeio que fiz na região de Campinas-SP, presenciei esses “armazens gigantes” de grão dela. Bonito de ver…
Fala I.I.
Ela realmente teve uma explosão de resultados e depois entrou em um período difícil. Muita gente entrou naquele topo, mas em meados do ano passado ela chegou a um bom preço, quem aproveitou… aproveitou…
O Brasil ainda tem carência de silos, o mercado é potencial, mas é só vir uma chuvinha que estraga muita coisa, rs.
Abraço!
Tem outra que vc esqueceu de comentar, Ábaco: FHER3. Claro que essa é beeeemmm mais arriscada!
Opa!
Na verdade eu listei só as que tenho em carteira. Esta FHER3 tem resultados bem irregulares, realmente é arriscada.
Valeu!
interessante analises,gosto disso pois vemos diferentes formas de se pensar sobre o assunto! obrigado.
Valeu Vral!
Abraço!