Pessoas Inteligentes São Mais Pacientes nas Questões Financeiras, Revela Estudo…

Poupança vale a pena? Pessoas com alto Q.I. são mais tolerantes ao risco. É o que revelou um estudo de cientistas da Universidade de Bonn da Alemanha. Considere que alguém lhe dê a opção de ganhar 1.000 reais hoje ou 2.000 reais daqui um ano. Qual escolha você faria? Um pássaro na mão ou dois voando? Os cientistas fizeram este questionamento a 1.000 adultos na Alemanha. Ao mesmo tempo, mediram as habilidades cognitivas dos participantes da pesquisa. O resultado foi que as pessoas consideradas mais inteligentes preferiram aguardar por um retorno maior, em vez de pagar o dinheiro no momento da oferta. Além disso, o estudo mostrou que o apetite a riscos é maior em pessoas com maior inteligência.

Nesta pesquisa, cientistas procuraram determinar se a forma como as pessoas fazem escolhas de risco, ou trocas ao longo do tempo, estão relacionadas com a capacidade cognitiva. Investigaram se existe uma ligação entre capacidade cognitiva, aversão ao risco e impaciência, usando uma amostra representativa da população. Foram então realizadas experiências de escolha que mediram aversão ao risco e impaciência sobre uma horizonte de tempo anual.

Os cientistas ofereceram aos participantes do estudo o valor de 100 euros. Os indivíduos poderiam colocar esse montante direto em seus bolsos. No entanto, eles também poderiam investir o valor por um ano a uma taxa fixa de juros. Desta forma, os 100 euros se tornariam, por exemplo, 105, 120 ou 150 euros. Em outro experimento, os candidatos deveriam decidir qual seria o montante mínimo em um ano para valer a pena aguardar mais.

A ideia por trás é que quanto mais impacientemente alguém aguarda o pagamento, maior será o incentivo necessário para que ele aceite o período de espera. Usando um experimento similar, os cientistas verificaram a vontade dos candidatos de correrem riscos. Além disso, os participantes fizeram dois testes de inteligência diferentes. Foi então verificado que quanto mais inteligentes eram os sujeitos, mais pacientes e tolerantes a riscos ele eram.

a bird in the hand

A birth in the hand is worth two in the bush – Pintura de Jeri Riggs

Mas existe realmente uma relação direta entre habilidades cognitivas e certos traços de personalidade? Ou a relação é mais complexa? É preciso levar em consideração que pessoas com baixo Q.I. ganham menos dinheiro e tendem a escolher os 100 euros devido a preocupações financeiras. Desta forma os  pesquisadores concluíram que o vínculo entre paciência e habilidades cognitivas é mesmo válido se o fator renda for levado em consideração.

Pessoas Inteligentes São Mais Recompensadas

Inteligência, paciência e tolerância ao risco parecem estar intimamente interligadas e, provavelmente, por uma boa razão. Para poder avaliar corretamente um risco ou ter uma estratégia bem-sucedida a longo prazo, é necessário reconhecer como as coisas estão interconectadas. Qualquer um que não tenha essa habilidade provavelmente seguirá o provérbio popular “Mais vale um pássaro na mão que dois voando”.

No entanto, alguém que é inteligente parece ser favorecido duas vezes, de acordo com os resultados do estudo. Por um lado, eles podem ser mais bem sucedidos, devido às suas habilidades cognitivas, do que seus contemporâneos menos inteligentes. Por outro lado, eles são geralmente mais tolerantes ao risco e mais pacientes – dois traços de caráter que a pesquisa mostra contribuírem adicionalmente para o sucesso na vida profissional.

Outra possibilidade é que as escolhas ao longo do tempo, ou escolhas entre opções arriscadas e seguras,
são determinadas pela interação de dois sistemas de tomada de decisão separados: um cognitivo,
sistema que é relativamente neutro ao risco e tem considerações de longo prazo; e um sistema afetivo que gera impulsos de medo em resposta a potenciais riscos ou impulsos para consumo imediato.

O fato de que a aversão ao risco e a impaciência estão correlacionados com a capacidade cognitiva tem
implicações importantes para pesquisas teóricas e empíricas em economia. Essas características
geralmente são assumidas como independentes em modelos econômicos, mas os resultados neste trabalho sugerem que esta é uma fonte potencialmente importante.

Dado que a capacidade cognitiva é transmitida de uma geração para outra, os resultados do estudo também tem implicações para a compreensão da correlação intergeracional nas preferências e nas escolhas de vida: as crianças podem acabar com preferências semelhantes aos pais e, assim, fazer
escolhas semelhantes na vida, em parte devido à similaridade na capacidade cognitiva.

Quem Espera Sempre Alcança, Ou se Cansa?

Chico Buarque já cantou seu bom conselho…

Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

Na economia, a paciência é medida como a “taxa de preferência do tempo”, que é uma função que reflete a quantidade de consumo atual que seria desejável renunciar para aumentar o consumo futuro por uma certa quantia. As taxas de preferências do tempo dos indivíduos são muitas vezes avaliadas por pesquisas usando questões envolvendo escolhas sobre diferentes valores monetários em diferentes momentos. Pesquisas anteriores identificam as conexões entre essas preferências de tempo e uma variedade de resultados, incluindo índice de massa corporal, tabagismo, consumo de álcool e uso preventivo de saúde.

Uma interpretação das preferências presentes dos indivíduos é que as preferências de tempo consistem em dois componentes distintos:

  • Impulso de curto prazo;
  • Impaciência de longo prazo.

Em estudo recente, foram selecionadas 1.325 pessoas representativas da população adulta dos EUA. Foi perguntado aos participantes do estudo sobre suas preferências por um pagamento menor, mais cedo ou um pagamento maior e posterior. Por exemplo, perguntou-se às pessoas se prefeririam receber US$ 24 hoje ou US$ 30 em um mês. Um subconjunto aleatório de indivíduos recebeu a opção escolhida sob a forma de um cartão de presente Amazon. Ao variar a quantidade de dólares oferecida e o tempo entre os resultados, foi possível medir a paciência das pessoas em resultados monetários e também distinguir entre impulsividade de curto prazo e paciência de longo prazo.

Em seguida, foi avaliada uma variedade de comportamentos de saúde, comportamentos de uso de energia e resultados financeiros; e examinadas sua associação com as estimativas da paciência dos indivíduos. Pessoas relativamente pacientes relataram melhor saúde geral, melhor saúde mental e menos limitações de atividades relacionadas à saúde do que indivíduos impacientes. Os indivíduos mais pacientes eram também mais propensos a ter seguro de saúde, consumiam menos lanches por dia, fumavam menos cigarros e relataram menos episódios de compulsão alimentar durante o mês anterior.

Impulso e Impaciência

Para os comportamentos de uso de energia, indivíduos pacientes eram mais propensos a dirigir um carro com alta economia de combustível, viver em uma residência isolada e ter instalado iluminação eficiente. Curiosamente, a economia de combustível do carro também foi associada à impulsividade de curto prazo dos indivíduos, enquanto as decisões de iluminação eficientes foram associadas à paciência de longo prazo, sugerindo que as compras de carros envolvem um componente substancial de “impulso”, enquanto que as compras de lâmpadas não. Também foi verificado que pessoas mais pacientes apresentaram saldos menores de cartões de crédito em comparação com pessoas mais impacientes.

Embora o estudo tenha medido as preferências do tempo em relação aos resultados monetários pagos como cartões-presente online, as preferências horárias podem ser diferentes, dependendo do tipo de consumo que está sendo postergado. Por exemplo, um indivíduo que é paciente por dinheiro ou cartões de presente pode não ser necessariamente paciente em relação à saúde. Como tal, fora, consideradas várias medidas alternativas de paciência. Curiosamente, a paciência para o dinheiro era um preditor mais consistente das decisões de saúde dos consumidores do que as medidas de paciência relacionada à saúde.

Na vida, todo prazer tem um custo e todo sofrimento tem (ou costuma ter) um prêmio. O que se ganha ao suprimir os impulsos de curto prazo e a impaciência de longo prazo são os juros. Os juros são, portanto, o prêmio da paciência para quem aceita emprestar agora e viver depois e o custo da impaciência para quem decide viver agora e pagar depois.

Segundo Eduardo Giannetti, este é um dos grandes dilemas não só do homem como de todos os seres vivos, uma lógica presente na natureza, nas religiões, na vida dos indivíduos e na vida em sociedade: “A tensão entre presente e futuro – agora, depois ou nunca – é uma questão de vida ou morte que permeia toda a cadeia do ser.” (O Valor do Amanhã – pag. 43)

Giannetti procura mostrar que o fenômeno dos juros é inerente a toda e qualquer forma de troca em diferentes períodos no tempo, representando os ganhos decorrentes da transferência de valores do presente para o futuro, ou os custos de antecipar valores do futuro para o presente. Neste ponto de vista, os juros monetários são apenas uma pequena fatia do conceito geral de juros.

“A vida é breve, os dias se devoram e nossas capacidades são limitadas” Neste contexto, os recursos que podem satisfazer nossos desejos são limitados e não há como satisfazer o desejo de todos ao mesmo tempo. Alguns – os credores – aceitam adiar a realização de seus desejos. Outros – os devedores – escolhem realizar seus desejos agora, importando recursos do futuro, pagando a conta depois. Esta alocação de recursos na linha do tempo gera um prêmio para os credores e um custo para os devedores: os juros.

O economista discorre também sobre o conceito da “miopia temporal”, quando o indivíduo dá elevada importância ao que está mais próximo no tempo, e seu espelho, a “hipermetropia temporal”, quando é atribuído um valor excessivo ao amanhã, em prejuízo das demandas correntes.

De um lado, o sujeito que vive o carpe diem de forma hedonista ou mesmo irresponsável, e do outro lado, o que adia tanto seu viver que o hoje vira um enorme vazio. Se o míope com freqüência é vítima do remorso, porque o futuro chega e cobra seu preço pelo passado despreocupado, já o hipermétrope normalmente sofre com o arrependimento pelo desperdício de oportunidades perdidas com o excesso de zelo pelo amanhã.

Dica de leitura: Como será nossa vida quando formos velhos? Existem pequenas decisões no presente que, embora pareçam sem importância para nós, têm um grande impacto em nossas vidas futuras. Vivemos tão rápido que mal temos tempo de parar para tomar consciência do nosso dia a dia. O que está acontecendo? Confira neste artigo algumas reflexões interessantes sobre o envelhecer.

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4 comentários em “Pessoas Inteligentes São Mais Pacientes nas Questões Financeiras, Revela Estudo…

  1. ANDRE R AZEVEDO Responder

    Excelente tema, Uó, e muito bem escrito e abordado! E o livro do Gianetti é, de fato, muito bom!

    Vc já ouviu falar do teste do Marshmallow em crianças? Acho que complementa muito bem as ideias do artigo!

    Abraço!

  2. Senhor Bufunfa Responder

    Muito bom o post. Era algo que já desconfiava e tinha receio de falar por faltarem pesquisas apontando nesta direção. Agora está ainda mais claro que existe uma tendência de pessoas mais inteligentes se darem melhor financeiramente.

    Legal a parte que fala sobre míope e hipermétrope. Realmente o equilíbrio na vida é importantíssimo!

    • Ábaco Líquido Autor do postResponder

      Pois é Bufunfa,

      O grande desafio da vida é colocar tudo na balança, pois, a diferença entre droga e remédio é apenas a dosagem, rs

      Abraço!

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